É abortiva? Perde o efeito? É eficaz? Conversamos com um profissional para esclarecer as principais dúvidas sobre a contracepção de emergência A pílula do dia seguinte é um meio hormonal usado pela mulher para evitar a gravidez em situações emergenciais, depois de uma relação desprotegida, e é oficialmente chamada de contracepção de emergência. Muitas meninas apelam desesperadamente para a pílula do dia seguinte depois de a camisinha estourar, por exemplo, mas poucas sabem os reais riscos e efeitos de usá-la. O ginecologista Gustavo de Paula Pereira tirou as principais dúvidas sobre essa contracepção de emergência. A pílula do dia seguinte pode não ser tão eficaz quanto você imagina. Veja outras informações Foto: Getty Images Como ela age? Gustavo explica que o mecanismo de ação da pílula ainda não está totalmente esclarecido, mas sabe-se que ela pode impedir ou retardar a ovulação e mudar o ambiente cervical e vaginal – alterando o muco – o que impossibilita a subida dos espermatozóides e evita a fecundação. É abortiva? Não. Segundo o ginecologista, há evidências que mostram que ela não tem qualquer efeito após uma eventual fecundação. Ou seja, ela não impede a implantação no útero nem elimina o embrião, portanto não é um método abortivo. É muito hormônio? É sabido que a pílula do dia seguinte, por fornecer um efeito imediato, e ser prevista apenas em uso eventual, ela possui mais hormônio do que as pílulas anticoncepcionais tradicionais. “Apenas para efeito de comparação, no caso do levonorgestrel [um tipo de pílula do dia seguinte], usa-se uma dose 10 vezes superior à dose diária do anticoncepcional mais comum da rede básica”, esclarece o ginecologista. Causa danos no organismo? De acordo com Gustavo, mesmo tendo uma dose elevada de hormônios, ela não traz danos a longo prazo no organismo, se o seu uso se restringir a situações excepcionais, e não frequentes. Mas, ele diz que alguns sintomas podem ser sentidos ao tomá-la como: tontura, vômitos, dores de cabeça, além de sangramento vaginal. Qual a eficácia? “Tomada nas primeiras 72 horas, tem uma eficácia entre 75 a 85%. À medida que o tempo vai passando, ela vai perdendo a eficácia, logo é importante tomar o mais precoce possível”, alerta o ginecologista. Este método é menos eficaz do que outros como camisinha, pílula anticoncepcional ou quaisquer outros métodos contraceptivos de longa duração, por isso, ele diz: “O principal ‘efeito adverso’ é uma gestação indesejada”. Se tomar com muita frequência, perde o efeito? Não. Mas se for usada com muita frequência, no lugar do método contraceptivo tradicional, ela pode causar muitos efeitos colaterais, como os descritos acima, além de irregularidade menstrual Tomei a pílula do dia seguinte. Paro com o anticoncepcional tradicional? Não. De acordo com Gustavo, a mulher deve continuar com a cartela normalmente e logo em seguida contatar o médico, para que ele avalie o que deverá ser feito em seguida. Se estiver usando antibiótico, corta o efeito da pílula do dia seguinte? Segundo o ginecologista, em partes, pois os antibióticos e outras medicações podem reduzir a eficácia tanto da pílula do dia seguinte quanto da pílula anticoncepcional tradicional. Ela pode atrasar a menstruação? Sim. Gustavo explica que, com o uso da pílula do dia seguinte, a menstruação pode ocorrer até 10 dias antes ou depois do esperado. Se isso não ocorrer, é recomendado realizar um teste de gravidez.
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