Aprenda a driblar o medo de passar a noite em claro ou ter que lidar com a irritabilidade dos pequenos
Viajar com as crianças pode ser uma aventura emocionante, uma vez que elas vibram com novidades. O planejamento da viagem é mais trabalhoso do que ficar em casa, porém, vale a pena vencer o medo do incerto e focar nas memórias inestimáveis com os pequenos.
Sabe-se que a qualidade do sono é essencial para preservar o bom humor das crianças. Dormir é vital para que se mantenham saudáveis, aprendam, cresçam e funcionem bem. O interessante é que ainda que não tenham consciência, os pequenos sentem-se mais seguros adormecendo depois de repetir certos rituais noturnos.
Inclusive, uma pesquisa do Departamento de Desenvolvimento Humano e Estudos sobre Família da Universidade do Alabama sugere que as rotinas na hora de dormir, como banho e leitura, promovem um sono mais prolongado, mesmo durante viagens. “Com o conhecimento certo a gente pode fazer uma maternidade muito mais leve”, afirma a educadora parental e neurocientista especialista em medicina do sono infantil e comportamento, Jéssica Africano, que apresenta três dicas para auxiliar na manutenção da rotina do sono das crianças fora de casa.
ROTINA O primeiro passo para não comprometer a rotina de sono é respeitar os limites dos pequenos e não pular sonecas. Observe como a criança está, antes de tomar decisões sobre os passeios e horários das refeições. “Uma alternativa é uma boa soneca matinal no hotel (ou onde você se hospedar), para que comecem o dia descansadas. Então, se o resto de seus cochilos acontecerem em movimento, nos braços de alguém, no carrinho ou na cadeirinha, tudo bem”, exemplifica a especialista.
AMBIENTE Evite mudar a forma como o bebê adormece. Verifique com antecedência o local que a criança dormirá para fazer o melhor planejamento. Se em casa ela dorme em berço ou cama individual, isso deve ser preservado para evitar mudanças de comportamentos durante a viagem. “As crianças são muito sensíveis em relação aos estímulos sensoriais e podem estranhar ambientes e camas. Para evitar problemas, o ideal é levar tudo com o que a criança está acostumada a dormir: cobertor, travesseiro, lençol, naninha, etc”, destaca.
AGENDA A criança pode ressentir-se com mudanças de horário. A redatora Daniela Malara Rossi, por exemplo, sentiu a diferença no temperamento do Pedro, aos dois anos, quando ficaram hospedados em uma pousada de uma praia isolada em Ilhabela. “Ele adorou o passeio, mas o sono ficou bagunçado por semanas. A começar pela a claridade do quarto, que o fazia acordar bem mais cedo que o normal, e a agitação das atividades diferentes. Ele ficava ansioso e não conseguia dormir cedo”, lembra a mãe. “Ele ficou bem irritado com essa dinâmica e foi uma luta reorganizar a rotina de sono para o Pedro voltar a acordar sem sofrimento”, relata.
Em casos como esse, a especialista orienta que, na medida do possível, escolha quartos escuros e silenciosos. As atividades devem ser gradualmente diminuídas com a proximidade da hora das sonecas, para evitar o estresse. Se houver mudanças de fuso, uma dica é acordar a criança no horário que ela está acostumada e ajustar o relógio biológico aos poucos.
Ainda segundo a especialista, é possível ter uma boa rotina em qualquer lugar; o segredo é manter o equilíbrio. Quando os pais respeitam o ritmo da criança, a viagem fica muito mais leve e divertida para todos. “O benefício de manter a rotina de sono durante as viagens é ter momentos de tranquilidade, sem ter que lidar com uma criança irritável o tempo todo. Assim, todos conseguem aproveitar bem o passeio, já que estão com suas necessidades supridas”, garante.