Método alimentar promete benefícios ao corpo humano e é favorito das celebridades
Já imaginou ficar mais de 16 horas sem ingerir nenhum alimento? Para algumas pessoas, ficar um tempo sem beliscar um doce sequer pode soar como uma tortura, mas para os adeptos ao jejum intermitente é uma rotina para toda a vida.
Popular entre pessoas que desejam emagrecer, o jejum intermitente é uma prática alimentar que alterna períodos de alimentação com longos períodos de jejum. O objetivo desse método é deixar o corpo sem comida para que, de grosso modo, ele use os estoques de gordura como fonte principal de energia antes da próxima refeição.
Segundo a nutricionista especialista em jejum intermitente, Fernanda Araujo, essa prática contém diversos benefícios para a saúde, como desintoxicação corporal, renovação celular, redução do percentual de gordura, redução do apetite e a melhora da cognição e da concentração.
“Lembrando que todos estes benefícios podem variar de um indivíduo para o outro e que ter ou não estes benefícios depende do objetivo da pessoa ao fazer jejum”, complementa Araujo.
Mas, se não se pode comer durante mais de 16 horas, o que pode ser feito nesse período? “Água, chás e café sem açúcar estão totalmente liberados”, conta a nutricionista paulistana Julia de Melo. “Essas bebidas não contém nenhuma caloria, ou seja, não afetam o jejum. A água, inclusive, ajuda a combater a desidratação”
O método e tempo podem variar: o principal jejum intermitente consiste em ficar 16 horas seguidas sem comer, deixando a alimentação para as 8 horas restantes do dia. Alguns jejuns podem chegar até 36 horas – tudo, é claro, desenvolvido para cada indivíduo com a supervisão de um profissional da saúde.
Existem outros tipos de jejum intermitente, como o jejum de 20 horas, onde as refeições são feitas em 4 horas do dia. Outra opção é o jejum de 24 horas, que consiste em um dia inteiro de jejum, podendo ser feito de 2 a 3 vezes por semana.
Por mais que muitas pessoas pratiquem o jejum de forma independente, a PhD em endocrinologia pela USP, Elaine Dias, aconselha que a visita com um nutricionista é essencial para o sucesso deste método. “Um nutricionista pode calcular a quantidade de calorias que faz você deve ingerir durante a janela de alimentação, calcular a quantidade de proteína para você não perder músculo durante esse processo de emagrecimento, calcular a quantidade de carboidratos e gorduras boas, além de montar uma estratégia de como você vai iniciar e quebrar o jejum.”
É válido ressaltar que o jejum intermitente não é considerado uma dieta pelos profissionais da nutrição. “Costumo dizer que dieta tem começo, meio e fim. O jejum é uma estratégia nutricional que, quando a pessoa se adapta, ele tende a se tornar um novo estilo de vida. Quando se torna um estilo de vida, se torna também algo sustentável, que você consegue continuar fazendo e manter a longo prazo”, afirma Fernanda.
Ficar sem comer por longas horas também não é uma prática que funciona com todas as pessoas, como gestantes, crianças, adolescentes, pessoas idosas, pessoas com transtornos alimentares e com outros problemas de saúde – essa prática pode causar deficiências nutricionais nesses indivíduos.
Por não se tratar de uma dieta, ter uma alimentação desbalanceada pode atrapalhar (e muito) os resultados do jejum intermitente. A nutricionista explica que a alimentação pós jejum tem o objetivo de nutrir o corpo, e é preciso, portanto, colocar os nutrientes corretos.
“De nada adianta fazer jejum de 16h por exemplo, e comer uma macarronada em seguida, causando assim um pico de insulina. Toda a reserva de gordura que seu corpo utilizou em jejum, você pode repor se se alimentar errado na quebra do jejum”, aconselha a especialista.
Elaine também ressalta a importância de uma alimentação saudável durante o jejum. “Quando você iniciar o jejum, você deve ter uma alimentação com baixo índice glicêmico para não sentir muita fome. Também é importante quebrar o jejum com alimentação também com baixo índice glicêmico e rica em proteína”, finaliza.